quarta-feira, 4 de maio de 2011

Litotripsia Extracorpórea (LEOC)


Litotripsia Extracorpórea (LEOC)

CONSIDERAÇÕES GERAIS

A litotripsia extracorpórea por ondas de choque (LEOC) revolucionou a terapêutica da calculose urinária, transformando-se rapidamente na maior inovação tecnológica para o tratamento desta doença1. No início, o seu uso foi limitado ao tratamento de cálculos renais; no entanto, os avanços na tecnologia destes equipamentos permitiram a aplicação desta modalidade não invasiva também em cálculos em todo o ureter.

Deve ser considerado como um procedimento não invasivo, com baixo índice de complicações, indicada por urologistas e realizada em equipamentos operados por médicos.

Não deve ter restrições ou limitações impostas por outros que não os médicos responsáveis pelo tratamento, observados os limites de segurança de cada equipamento, e as características individuais dos pacientes e dos cálculos a serem tratados, sendo de total responsabilidade dos mesmos a indicação, o tratamento, e o seguimento após litotripsia, dando a devida assistência em casos de complicações.

Pode ser considerada a primeira escolha no tratamento de cálculos do aparelho urinário, atentando-se ao resultado da interação entre os seguintes fatores: composição química do cálculo x tamanho x localização vs número de ondas x intensidade x número de reaplicações necessárias para a total eliminação dos cálculos.

Cabe ao médico assistente e ao médico operador do equipamento, a responsabilidade de determinar frente a cada caso, o número e a intensidade das ondas de choque a serem aplicadas. O Food and Drug Administration dos EUA recomenda como limite o número de impulsos de acordo com a marca do aparelho.

CONTRA-INDICAÇÕES DA LEOC NA LITÍASE NO APARELHO URINÁRIO

São consideradas contra-indicações à aplicação da LEOC, a presença de infecção do trato urinário clinicamente ativa, com quadro febril, devendo-se identificar a bactéria e instituir tratamento antimicrobiano específico antes da aplicação. Quando existe a possibilidade de coexistir infecção do trato urinário (cultura positiva) sem sinais clínicos, como febre e prostração, deve se administrar, 24 horas antes da LEOC, uma
medicação antibiótica que deverá ser mantida pelo prazo estipulado pelo médico assistente.

Pacientes portadores de litíase urinária com urina estéril, e sem infecção do trato urinário prévia, não necessitam de antibiótico profilático quando submetidos a LEOC.

Aqueles com infecção do trato urinário prévia recente ou cálculo de estruvita devem receber antibiótico profilático. As Fluoroquinolonas ou Cefalosporinas em doses únicas são exemplos de antibióticos recomendados nesta situação.

Pacientes com urina estéril, onde é inserido um cateter duplo J, passado antes da LEOC, apresentam risco de infecção do trato urinário em 4,8%, sendo que quando os cálculos são compostos de estruvita, o risco de desenvolverem uma infecção do trato urinário pós-LEOC é de 11% a 18%, ficando então a critério médico o uso de antibiótico durante a aplicação e no período que abrange a eliminação dos fragmentos.
Alteração na coagulação sangüínea, pacientes em uso de anticoagulantes e os hipertensos devem ter estas condições corrigidas antes da aplicação da LEOC, para evitar hemorragias importantes e formação de hematomas perirenais.

Portadores de arritmia e marca-passos cardíacos podem apresentar alterações cardiológicas durante o tratamento. Estas situações não são, contra-indicações absolutas, mas necessitam monitorização e recomenda-se aplicar ondas de choque sincrônicas com o ECG5. A presença simultânea de um fator obstrutivo da unidade renal a ser tratada deverá ser considerada uma contra-indicação. Em pacientes grávidas, a LEOC está contra-indicada, devendo-se postergar o tratamento até o final da gestação.

Fonte: Sociedade Brasileira de Urologia.

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