terça-feira, 26 de março de 2013

IDADE ÓSSEA


Análise de maturação óssea por meio da radiografia do punho e mão
Alguns autores duvidam do valor comprobatório da análise de ambos os punhos e mãos para determinar o índice de crescimento de qualquer outra parte do corpo, partindo do principio da existência de assimetria no desenvolvimento ósseo desta região. Afirma-se que o lado esquerdo possui uma maior velocidade de maturação, devido, a esse fator muitos autores utilizam somente radiografias da mão e punho esquerdo. Em contrapartida a essa idéia, alguns autores explicam que a assimetria encontrada é tão ínfima que não convém ser lavada em consideração.
A grande quantidade de centros de ossificações aglomerados em uma única região (30 centros de ossificações), a baixa dose de radiação aplicada, e a facilidade no posicionamento, fazem das radiografias de mão e punho as mais usadas para avaliação da idade óssea.



A técnica de avaliação através do punho e da mão não é aplicada aos recém-nascidos, dado que o primeiro núcleo carpal é visualizado a partir do 3° mês. SÉNÉCAL ET AL desenvolveu um trabalho de análise no período neonatal utilizando o núcleo distal do fêmur, proximal da tíbia, cubóide, calcâneo e tálus.


No método de Eklof & Ringertz a avaliação é feita através de uma mensuração do comprimento e largura dos centros de ossificações, abarcando idade de 1 a 15 anos.
No método de Greulich & Pyle é realizada uma inspeção visual, partindo do principio de comparação entre a imagem radiográfica e imagens padrões do atlas do desenvolvimento ósseo.
O método Grave – Brown ganha destaque entre os métodos utilizados para determinar a maturação óssea, sendo tomado como padrão de ouro por alguns autores, este método analisa 14 centros de ossificações observando-os antes, durante e depois do pico de velocidade do crescimento puberal. Cada mudança corresponde a um determinado estágio que determina o grau de maturidade óssea.


Estágio 1(A) – falange proximal do 2° dedo – a  epífise apresenta a mesma largura que a diáfise;
Estágio 2 (B) – falange média do 3° dedo – a epífise apresenta a mesma largura que a diáfise;
Estágio 3 (C) – gancho do hamato – estágio 1;
Estágio 4 (D) – surgimento  do pisiforme;
Estágio 5 (E) – rádio – epífise apresenta a mesma largura que a diáfise.

Os estágios acima citados ocorrem antes do pico de velocidade de crescimento puberal.



Estágio 6 (A) – aparecimento do sesamóide ulnar na articulação metacarpofalangeana;
Estágio 7 (B) – gancho do hamato – estágio 2;
Estágio 8 (C) – falange média do 3° dedo – capeamento epifisário;
Estágio 9 (D) – falange proximal do 1° dedo – capeamento epifisário;
Estágio 10 (E) – rádio – capeamento epifisário.

Os estágios acima citados ocorrem durante o pico de velocidade de crescimento puberal.



Fig. 3 – Fases que ocorrem durante o pico de velocidade do crescimento puberal.
Estágio 11 (A) – falange distal do 3° dedo – completada a união epifisária;
Estágio 12 (B) – falange proximal do 3° dedo – completada a união epifisária;
Estágio 13 (C) – falange média do 3° dedo – completada a união epifisária;
Estágio 14 (D) – rádio – completada a união epifisária.

Os estágios acima citados ocorrem após o pico de velocidade de crescimento puberal.



Maturação óssea avaliada pelas vértebras cervicais

Embora a radiografia de mão e punho tenha sido um padrão áureo na análise do desenvolvimento ósseo, outros métodos vêm sendo explorados com a mesma finalidade, uma das estruturas ósseas que antigamente era ignorada e que vem sendo estudada no intuito de estimar a maturação óssea, são as vértebras cervicais.
Esse é um método alternativo, classificado como um método confiável e muito utilizado na ortodontia e ortopedia facial, pois, consequentemente reduz a dose de radiação no paciente, já que a radiografia cefalométrica lateral é rotina nesse ramo.
Segundo Lamparski a maturação óssea das vértebras cervicais é compatível com a idade óssea avaliada pela radiografia carpal. O autor desenvolveu seis estágios de maturação óssea para as vértebras cervicais, tendo como parâmetros as alterações estruturais das vértebras:
No 1° estágio, classificado como iniciação, é possível visualizar um afunilamento ântero-posterior das bordas superiores de C3 e C4; as bordas inferiores de C2, C3 e C4 estão planas; a expectativa de crescimento puberal é de 80 a 100%;
O 2°estágio é denominado de aceleração, onde se dá o início do desenvolvimento de concavidade nas bordas inferiores de C2 e C3; borda inferior de C4 plana; C3 e C4 com formatos tendendo a retangulares; a expectativa de crescimento puberal é de 65 a 85%;
O 3°estágio é o estágio de transição, onde se tornam presentes as concavidades distintas nas bordas inferiores de C2 e C3; início de desenvolvimento de concavidade na borda inferior de C4; C3 e C4 apresentam formatos retangulares; a expectativa de crescimento puberal é de 25 a 65%;
O 4°estágio corresponde à desaceleração, agora há presença de concavidades distintas nas bordas inferiores de C2, C3 e C4; formato de C3 e C4 aproxima-se de um quadrado; a expectativa de crescimento puberal é de 10 a 25%;
No 5° estágio ocorre o processo de maturação, onde as bordas inferiores de C2, C3 e C4 se apresentam com concavidades acentuadas; formato quadrado de C3 e C4; a expectativa de crescimento puberal é de 5 a 10%;
O 6° e último estágio é o estágio de finalização, nesta fase C2 e C4 possuem concavidades profundas na região inferior; altura de C3 e C4 ultrapassa sua largura, crescimento puberal completo.


Método de Seedat e Forsberg
Neste método a análise é realizada apenas na vértebra C3, devido à facilidade de visualização da mesma. O crescimento puberal ativo é indicado pelo formato de “S” no bordo superior da vértebra que se desenvolve nos estágios de iniciação e aceleração (fig. 5). O formato de lábio no bordo inferior se desenvolve no estágio de transição e aceleração (fig. 6), a forma de lábio é correlacionada com o aparecimento do osso sesamóide no adutor do polegar. O arredondamento dos cantos inferiores de C3 indica que o crescimento que está ocorrendo é pouco ou nenhum (fig. 7).



Fonte: Playmagem - Rodrigo Pigozzi





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