quinta-feira, 26 de maio de 2011

Alergia aos contrastes iodados

Alergia aos contrastes iodados

Contrastes iodados são substâncias injetadas na veia para realização de alguns exames, com o objetivo de melhorar a visualização e auxiliar na investigação de inúmeras doenças. Podem ser usados em diversos tipos de Raios X (como por exemplo na urografia excretora ou numa histerossalpingografia) bem como em tomografias. Estes produtos são muito úteis para detecção precoce de doenças e tem ampla utilização, mas infelizmente podem provocar em algumas pessoas reações indesejáveis e algumas vezes graves. Estas reações são imprevisíveis e dependem das características de cada pessoa. Um exemplo que chegou às páginas dos jornais foi o caso do Pelé, herói do futebol, ex Ministro de Esporte e que durante a realização de exames de rotina para avaliação das coronárias em 2002, teve reação adversa ao iodo usado como contraste na tomografia.


Quais os tipos de contraste?


Existem diversos tipos de contrastes iodados, sendo os mais indicados chamados de baixa osmolaridade ou não iônicos e foram desenvolvidos com o objetivo de diminuir a ocorrência de efeitos adversos.


Como se origina uma reação adversa?


As reações adversas podem ser tóxicas, ou seja, ocorrendo em resposta à ação direta do contraste, sendo dependentes da dose e podendo se manifestar com calor e dor no local da injeção ou com sintomas gerais. Entretanto, algumas pessoas podem ter um outro tipo de reação, chamado de reação anafilactóide por ser muito semelhante ao choque anafilático, mas sem que se comprove um mecanismo alérgico verdadeiro. Na realidade, ainda não está totalmente esclarecido o mecanismo pelo qual o contraste iodado provoca alergia.


Como se manifestam estas reações?


A maioria dos pacientes que utiliza contraste iodado evolui bem, sem problemas e as reações, quando surgem, tendem a ser leves e passíveis de controle pelo médico. Os casos mais freqüentes são as chamadas reações vasovagais, em geral sem gravidade, como náuseas, vômitos, e palidez. As reações pseudo-alérgicas podem provocar coceira na pele ou evoluir com surgimento de urticária, angioedema, rinite, conjuntivite, broncoespasmo, edema de laringe, diminuição da pressão arterial e síncope. Alem disso, relatam-se mais raramente reações cardiovasculares e renais.


Existem pessoas que podem ter maior risco de reações?


Sabe-se que o risco de reações é maior:


- nas pessoas que já tiveram reação em aplicação anterior de contraste,


-pessoas com história pessoal de alergia significativa,


-pessoas acima de 50 anos, diabéticos, hipertensos ou com problemas renais.


Que cuidado devo ter antes de ser submetido a um exame com contraste iodado?


Na maioria dos pacientes, uma história clínica bem documentada é o instrumento suficiente ao médico especialista em alergia para instituir a conduta mais adequada. O teste cutâneo pode não ser fidedigno, pois o mecanismo, como já foi dito, nem sempre tem cunho comprovado alérgico. Havendo indicação, é recomendado o uso de pré-medicação com corticosteróides e antihistamínicos, a critério do especialista.


Ressalta-se que o paciente deve informar se faz uso de alguma medicação contínua, pois alguns medicamentos deverão ser suspensos antes da realização do exame, como por exemplo os betabloqueadores. Recomenda-se que o exame seja realizado em local adequado e se necessário, em ambiente hospitalar, dotado de condições para tratar de imediato e reverter possíveis efeitos adversos.


Lembrete importante: o simples relato de alergia a camarão ou a frutos do mar não contra-indica o uso de contraste iodado.

Fonte: Blog da Alegria.

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