quarta-feira, 10 de agosto de 2011

MEDICINA NUCLEAR - CONCEITO


A Medicina Nuclear é uma especialidade médica relacionada à Radiologia que se ocupa das técnicas de imagem, diagnóstico e terapêutica utilizando nuclídeos radioativos.

"A Medicina Nuclear está para a Fisiologia como a Radiologia para a Anatomia". A Medicina Nuclear permite observar o estado fisiológico dos tecidos de forma não invasiva, através da marcação de moléculas participantes nesses processos fisiológicos com marcadores radioativos, que marcam sua localização com a emissão de partículas detectáveis ou raios gama (fóton). A detecção localizada de muitos fótons gama com uma câmera gama permite formar imagens ou filmes que informem acerca do estado funcional dos órgãos. A maioria das técnicas usa ligações covalentes ou iônicas entre os elementos radioativos e as substâncias alvo, mas hoje já existem marcadores mais sofisticados, como o uso de anticorpos específicos para determinada proteína, marcados radiativamente. A emissão de partículas beta ou alfa, que possuem alta energia, pode ser útil terapeuticamente em pequenas doses para destruir células ou estruturas indesejáveis.


Particula Alfa

É um núcleo de Hélio, ou seja, dois prótons e dois nêutrons. É uma partícula com elevada energia, pelo que poderá ser promissora no âmbito da terapêutica em Medicina Nuclear, mas ainda não generalizada.



Partícula Beta

Consiste num elétron ou num pósitron de alta energia, podendo, portanto ser utilizado em terapia. O pósitron é usado no exame PET.



Partícula Gama

É um fóton, ou seja, energia. Os fótons gama têm origem nos núcleos atômicos, e são utilizados em diagnóstico por imagem em medicina nuclear. Os fótons são detectados por um equipamento apropriado, a Câmara Gama.



Tipos de Radiofármacos Utilizados

Um radiofármaco incorpora dois componentes. Um radionuclídeo, ou seja, uma substância com propriedades físicas adequadas ao procedimento desejado (partícula emissora de radiação beta, para terapêutica; ou partícula emissora de radiação gama, para diagnóstico) e um vetor fisiológico, isto é, uma molécula orgânica com fixação preferencial em determinado tecido ou órgão. Essencialmente, os radionuclídeos são a parte radioativa dos radiofármacos. Mas estes também possuem uma molécula (não radioativa) que se liga ao radionuclídeo e o conduz para determinado órgão ou estrutura.



Tecnécio-99-metaestável

É um radionuclídeo artificial, criado pelo homem. Tem meia-vida de aproximadamente 6 horas. Emite um fóton gama com 140.511 keV de energia, ideal para a câmera gama. É muito reativo quimicamente, reagindo com muitos tipos de moléculas orgânicas. Esta grande versatilidade química permite que hoje em dia a grande maioria dos estudos em Medicina Nuclear sejam efetuados com base no uso de radiofármacos Tecneciados.



Iodo-123 ou Iodo-131

Importantes no estudo da Tiróide. Têm emissão de raios gama e beta, respectivamente. Meia-vida de 8 dias para o I-131, 13 horas para o I-123.



Tálio-201

Tem propriedades químicas semelhantes ao Potássio, tendo sido utilizado durante muitos anos para imaginologia cardíaca (integrava a bomba de sódio-potássio). Os seus fótons gama têm energias baixas, mas as imagens eram menos nítidas e a sua interpretação mais complexa. Meia-vida de 3 dias. Atualmente, os estudos com Tálio-201 têm caído em desuso, face ao aparecimento de novos radiofármacos marcados com Tc-99m.



Gálio-67

Tem propriedades semelhantes ao íon Ferro. É um emissor gama de média energia e apresenta meia-vida de 3 dias. É utilizado em estudos de Infecção e em Oncologia.



Índio-111

Meia-vida 3 dias. É um emissor gama de média energia.



Xenon-133 e Cripton-81m

Gases nobres radioativos que podem ser usados na cintigrafia de ventilação pulmonar. No entanto, a maior parte dos estudos de ventilação pulmonar são feitos com um aerossol marcado com Tc-99m.



Flúor-18

Emite pósitrons. É usado no exame PET.



Utilidade e Risco

A importância deste tipo de exames têm aumentado recentemente. A principal limitação à maior utilização da medicina nuclear é o custo. No entanto é impossível observar muitos processos fisiológicos de forma não invasiva sem a Medicina Nuclear. A quantidade de radiação que o paciente recebe num exame de medicina nuclear é menor que a radiação recebida numa radiografia ou uma Tomografia Axial Computadorizada. A quantidade de substância estranha é normalmente tão baixa que não há perigo de interferir significativamente com os processos fisiológicos normais. Os casos mais graves são muitas vezes os casos de hipersensibilidade (alergia) com choque anafilático em reação ao agente químico estranho.