sábado, 2 de julho de 2011

Radiografia do joelho ortostática

As radiografias com apoio monopodálico são imprescindíveis para a avaliação das doenças degenerativas, fornecendo apreciação muito mais fidedigna do que as realizadas em decúbito, pois a diminuição dos espaços articulares é nitidamente observada. Além disto as radiografias com apoio monopodálico revelam também o grau de angulação e sub-luxação do joelho afetado.

Quem primeiro descreveu a técnica em PA foi Rosenberg; o posicionamento do paciente em relação a estativa é feito da seguinte maneira:

1. Paciente fica sobre uma escada pequena (como a usada para que o paciente suba na mesa).
2. Filme usado é o 30/40.
3. Flete os joelhos 45 graus de tal maneira que as patelas encostem na estativa.
4. Raio central na região poplítea emergindo na patela.
5. O raio é angulado 10 graus caudal.
6. O exame se faz com os dois joelhos em uma só exposição.
Com este tipo de posicionamento temos uma visão dos compartimentos lateral e medial, assim como uma visão do túnel do joelho. Porém este exame não é realizado em monopodálico o que diminui o seu valor diagnóstico.
Diante desta dificuldade para avaliação dos compartimentos, começamos a estudar uma maneira de realizar este exame com o mesmo principio descrito por Rosenberg, porém em monopodálico, e para somente avaliar os compartimentos lateral e medial.
Depois de muitos estudos, há cerca de 3 anos, no Instituto Affonso Ferreira, preconizamos para 99% dos exames radiológicos do joelho realizarmos em P.A, com esta técnica modificada; para os 1% restantes: como trauma ou criança abaixo de 13 anos, realizamos o exame com o paciente em decúbito dorsal.

 CHASSIS: (fig. 02)
O chassis a ser usado dependerá do objetivo médico. Havendo histórico de dor ou traumas anteriores o chassis será 24/30. O 30/40 deverá ser usado especialmente em casos de deformidades.

 ORIENTAÇÕES PARA O PACIENTE: (fig. 03)
Sobre uma plataforma o paciente deverá ser orientado para ficar na posição ortostática em PA, segurando na estativa. Nesse momento é importante explicar ao examinado e/ou seu acompanhante o procedimento do exame radiológico a ser realizado. Terminado o posicionamento, pede-se que o paciente jogue o peso do seu corpo sobre o primeiro joelho a ser examinado e num segundo momento o mesmo deve ser feito com o outro joelho.

 RAIO CENTRAL: (fig. 04)
Antes de posicionar o paciente o raio central deve ser acertado, deixando a DFF a 150cm para fazer o posicionamento do chassis em relação ao raio central. O ponto do raio central entrará na altura da fossa poplítea que corresponde a uma prega que é observada na parte posterior do joelho. Em seguida, abre-se o colimador para acertar o chassis, a linha transversa deverá passar no centro do chassis.

 POSIÇÃO DA PARTE: (fig. 05)
O joelho a ser examinado deverá ficar no centro da linha longitudinal da estativa, afastando 8cm da mesma. Uma dica para me é utilizar a largura de quatro dedos (mão espalmada lateralmente) que corresponde aos 8cm. Ao colocar a mão na frente da patela, o técnico deve encosta-la na estativa e orientar o paciente para fletir o joelho até encostar a patela na estativa. Deverá ser observado se o pé do examinado está ecionado para a estativa, de maneira com que o hálux fique na eção da patela.

 ESTRUTURA DEMONSTRADA:
A radiografia deve englobar o máximo possível da parte distal do fêmur para que o médico possa traçar o eixo anatômico. A mesma ênfase deve ser dada à parte proximal da tíbia e fíbula.
Importante: a patela não estará visível por estar sobreposta ao fêmur.

 CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO: (fig. 06)
Observar com atenção os seguintes itens:
- Se a imagem de toda a estrutura anatômica requisitada no exame foi contemplada;
- Se houve rotação da estrutura;
- Se os compartimentos lateral e medial estão visíveis;
- Se os fatores elétricos estão corretos;
- Se foi marcado o lado de interesse e a palavra “ortostática” ou “ortostase”.

 OBSERVAÇÕES: (fig. 07)
1. O paciente deve ser bem orientado para colocar o peso sobre o joelho examinado.
2. Para melhor qualidade da imagem é recomendado o uso de 30mAs em média e para KV deve-se usar o espessômetro com a finalidade de evitar falhas na penetração do exame.
3. Para realização desse exame é necessária uma plataforma 60×60 cm, com dois degraus abertos.
Fonte:  Prof: Dr. José Carlos Affonso Pereira

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Poste aqui seus comentários e sugestões: